Oi, tudo bem?
Quando eu tinha uns 12, 13 anos, eu tinha uma melhor amiga pra quem eu contava todos os meus segredos. E, apesar de a gente passar umas 8 horas por dia juntas, a gente escrevia cartas toda semana uma pra outra.
O medo de alguém ler as cartas era tanto, que a gente criou um alfabeto só nosso, com 26 símbolos representando cada letra. E só nós duas tínhamos o gabarito. Então, quando a gente queria contar um segredo ultra secreto, a gente escrevia em código. Às vezes levava quase um dia inteiro pra decifrar uma carta. E essa era a graça.
Hoje em dia, eu não lembro de absolutamente nada que eu escrevia nas cartinhas, mas eu lembro nitidamente de "quem eu era" quando escrevi.
No episódio desta semana, a gente conta histórias de duas mulheres que jogaram garrafas ao mar e de quem encontrou esses tesouros por aí.
Um abraço,
Évelin Argenta
produtora sênior da Rádio Novelo
Este episódio não tem ato 1 e ato 2. Ele é uma costura de muitos retalhos. A Bárbara Rubira conta a história de um "mapa da mina" escrito num livro, perdido e encontrado anos depois. A Paula Scarpin e a Flora Thomson-DeVeaux ouvem uma carta gravada numa fita cassete que se perdeu no tempo. Nós – eu e você – ouvimos como essas duas histórias foram reconstruídas.
Vitor Hugo Brandalise,
produtor sênior da Rádio NoveloAcabo de assistir à série argentina El Encargado ("Meu querido zelador", como saiu no Brasil, disponível na Star+), e fiquei vidrado na trama e no protagonista. A premissa é tão simples quanto bela: Eliseo exerce há 30 anos a função de zelador e porteiro (ele é "el encargado") de um belo prédio de arquitetura brutalista num bairro rico de Buenos Aires. Ele vive há décadas num pequeno apartamento na cobertura, sem maiores incômodos, deixando sua casa diariamente com o bordão "¡a trabajar!". Tudo muda quando ele descobre o plano de um grupo de moradores de construir uma piscina na cobertura, e desalojá-lo. Então o zelador bola um plano: Eliseo vai lançar mão dos conhecimentos acumulados sobre as vidas dos moradores, para evitar o despejo. Uma fábula com pitadas de mistério e estrutura narrativa que lembra a de um conto, na melhor tradição do que nos acostumamos a chamar de "cinema argentino" – crítica social com pitadas de humor ácido e roteiro bem amarrado (na linha de "La Odisea de los Giles", de “El cuento de las comadrejas” e de "Un Cuento Chino"). ¡A asistir!
O episódio da semana passada foi, como definiram alguns ouvintes nas redes sociais, "uma montanha-russa de emoções". A Ju Furtado disse que se emocionou com a primeira história por causa da preocupação ética dos cientistas. Pois é, né, Ju. É até estranho (não deveria ser) quando a gente se depara com alguém que não cruza os limites éticos profissionais. A segunda história deixou muita gente pensativa sobre a forma como as notícias são comunicadas nos hospitais. A Lígia Fonseca Bias, que é psicóloga hospitalar, festejou que existam pessoas interessadas em "mudar a assistência técnica acionada ao cuidado com o humano."
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O episódio de hoje é muito bom. Não é o mais emocionante (daqueles que precisa de um lenço para ouvir), mas as histórias tem um beleza meio melancólica.
Contando as horas p sair do trabalho e ouvir o episódio de hoje. É sempre um deleite 💫