Oi, tudo bem?
Uns meses atrás, eu li uma matéria no New York Times sobre uma espécie de exposição instalada ao ar livre no centro de Hong Kong. Batizada de “Inflatable Wonders”, a instalação tinha um monte de réplicas em versão inflável de monumentos famosos: as pirâmides de Giza, o Arco do Triunfo, a torre de Pisa, os Moais da Ilha de Páscoa…
Eu, francamente, achei a coisa toda um pouco deprimente. Um cruzamento entre a cafonalha das “Estátuas da Liberdade” da Havan com a estética de um buffet infantil. O que mais deu o que falar foi a versão inflável de Stonehedge, que teve gente que achou que mais pareciam lápides gigantes (ainda mais considerando que era tudo branco, e na cultura chinesa, essa é uma cor bastante associada à morte).
A inspiração pra essa empreitada — talvez não te surpreenda — veio da inteligência artificial. A exposição trazia pra vida real as criações digitais de um estúdio armênio chamado Joann, especializado em “arte de IA". Só que nem o próprio estúdio Joann ficou feliz com o resultado: apesar de terem autorizado, disseram que não queriam ver o nome deles nessa “exibição feia".
O título da matéria do NYT sobre a exposição traz a pergunta que também ficou na minha cabeça quando li: “Por quê?". Eu não acho que haja muitas justificativas possíveis que me façam ficar em paz com as imagens que eu vi das “maravilhas infláveis” de Hong Kong. Mas o episódio dessa semana do Rádio Novelo Apresenta me fez pensar um pouco sobre isso. Sobre o motivo pelo qual a gente tenta criar réplicas, reproduzir de alguma maneira a beleza e a história de alguma coisa. E sobre o valor que uma réplica pode ter. Acho que você também vai gostar de ouvir.
Um abraço e boa escuta!
Bárbara Rubira
Repórter, roteirista e produtora da Rádio Novelo
No episódio desta semana, a Bia Guimarães leva a gente pro Parque Indígena do Xingu, no nordeste de Mato Grosso, pra conhecer a história de uma gruta. Duas grutas, na verdade: uma presente há muito tempo nas histórias do povo Wauja, e uma que chegou lá num caminhão, em 2024.
(Essa história foi produzida com apoio do Instituto Socioambiental, o ISA. Há 30 anos, o ISA trata meio ambiente e pessoas de forma integrada, e luta em defesa dos direitos de povos indígenas, quilombolas, ribeirinhos e comunidades tradicionais nos corredores de Brasília, nas aldeias e nas comunidades.)
Branca Vianna,
Presidente da Rádio NoveloO sensacional podcast Heavyweight acabou (foi cancelado pelo Spotify, por razões que a própria razão desconhece) e eu quase chorei ouvindo a despedida do apresentador Jonathan Goldstein. Aí fui ver no feed se por acaso eu tinha pulado algum episódio e achei este: Sara, sobre uma mulher que recebe uma carta curtinha, escrita a mão, de sua melhor amiga de infância, também chamada Sara. O problema é que ela não tem ideia de quem é essa pessoa. Episódio lindo.
No Spotify, a Edilaine Gomes falou dos seus sentimentos conflitantes sobre a ideia da invernagem: um misto de “eu nunca conseguiria acordar de 20 em 20 minutos” com “caramba, eu preciso viver isso um dia". E a gente recebeu, no Instagram, vários relatos de ouvintes que se identificaram com a história da família da Nathália, retratada no segundo ato do episódio passado. A Isabela Scarioli contou: “Eu tive câncer de mama aos 34 anos. BRCA1 positivo. Tirei as duas mamas e os ovários, mas sobrevivi, o que é uma benção. Entre muitas perdas, ganhei a possibilidade de seguir viva. São muitas decisões difíceis juntas, muitas notícias devastadoras. Mas ainda assim há vida". Agradecemos muito a todos que compartilharam suas histórias com a gente!
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