Oi, tudo bem?
Em janeiro de 2018, todo mundo no Havaí recebeu um alerta no celular dizendo, em letras garrafais, que um míssil nuclear estava a caminho do estado e que todos deveriam buscar abrigo. Foram 38 minutos até que chegou outro SMS desmentindo o alerta – que, afinal, obviamente, tinha sido um alarme falso. (Já ouvi dois episódios de podcast muito bons sobre esse pequeno filme de terror da vida real, aliás, do This American Life e do Snap Judgment – vale a pena escutar.)
Mas não era sobre isso que eu ia falar – ou não só. Há um tempo, li um estudo que tentou medir os efeitos psicológicos desse sustaço na população. Numa análise inicial, as pessoas mais impactadas eram as que, antes do evento, eram menos ansiosas. E as pessoas que costumavam ser mais ansiosas ficaram até mais tranquilas durante um bom tempo depois do desmentido nuclear. Em outras palavras, quem já andava pensando no fim do mundo se sentiu até justificado. E, pra quem o episódio foi um raio em céu azul, o céu azul nunca mais pareceu um sinal tranquilo.
Lembrei dos ansiosos do Havaí na hora de escutar esse episódio, porque eles dialogam com as duas histórias dessa semana – sobre bichos e gente sob estresse extremo. Também consegui me identificar com os personagens nos dois atos – o que talvez signifique que eu ficaria mais de boa depois de um susto nuclear, mas prefiro não testar essa hipótese.
Um abraço, e boa escuta,
Flora Thomson-DeVeaux
Diretora de pesquisa da Rádio Novelo
No primeiro ato, a Bia Guimarães talvez te deixe culpado de estar suando no calorão. E no segundo, Leandro Aguiar vai até uma cidade que anda suando frio. (Olha aí, podia ter sido um outro título-metáfora pro episódio. Às vezes a inspiração vem tarde demais.)
(O segundo ato desse episódio foi produzido com apoio da Fundação Heinrich Böll, uma organização política alemã com projetos em mais de 60 países. No Brasil a organização contribui para o fortalecimento da democracia e para a garantia de direitos.)
Luiza Sahd,
Gerente de parcerias da Rádio NoveloMeu Império Romano pessoal é o famigerado declínio cognitivo. Com o passar dos anos, sentindo minha memória cada vez menos veloz, virei entusiasta de palavras cruzadas e sudoku. Foi então que descobri o jogo Soletra, disponível gratuitamente no G1. O desafio ali é formar o máximo possível de palavras com uma quantidade limitada de letras. Nossa repórter e roteirista Bárbara Rubira também é soletrer e define como “indescritível” a emoção de zerar as palavras disponíveis em cada partida.
Muitas mulheres se identificaram com a história da Vanessa Barbara no episódio passado, que gerou uma repercussão imensa nas redes sociais. No Twitter, @luanaliaa escreveu: “Considero o grande trunfo da história da Vanessa Barbara a questão do trauma como cicatriz. As pessoas ficam nessa cobrança de que a gente supere logo as coisas ("já passaram 14 anos!!") e, talvez, algumas mágoas e certas dores sigam com a gente pra sempre. Só aprendemos a lidar”. No Instagram, @raquelalves0203 comentou: “Ouvir Vanessa foi uma porrada!! Que essa narrativa ajude a educar as novas gerações!” (Por falar em educar as novas gerações, soubemos que os personagens do primeiro ato escutaram o segundo, junto com os pais – o que já é um começo.) Também no Instagram, @larissapopp completou: “Amei a conclusão final. Não é sobre eles, é sobre mostrar que não tem mais medo, e sobre mulheres que se ajudam – a se curar da violência e a evitar que aconteça com outras”.
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