Oi, tudo bem?
Para investigar as forças que movem o mundo, muitas vezes a gente tem que procurar as coisas que estão escondidas da nossa visão. Era assim quando eu trabalhava no laboratório de biologia. Lá, eu estudava coisas tão pequenas que era impossível ver. Minúsculas demais até para o microscópio. E diminutas até para uma molécula, tanto é que elas eram chamadas de microRNAs. Então, a gente tinha que usar uns métodos indiretos para achar pistas de como aquilo funciona. Um desses métodos envolvia usar radioatividade para marcar as moléculas. E aí, no fim, a gente conseguia detectar essa radioatividade – e de quebra a nossa molécula alvo – em um filme de raio-x.
Eu lembro de ficar na câmara escura, toda vestida com equipamentos de proteção, revelando esses filmes, num processo parecido com revelar um filme de fotografia. Só que ali, iluminada só por uma luz vermelha bem fraquinha, eu esperava ter um vislumbre do mecanismo de coisas invisíveis.
O episódio de hoje traz dois atos que surpreendem com o que está sob a superfície. São histórias de espaços de revelação.
Um abraço,
Sarah Azoubel
Repórter e roteirista da Rádio Novelo
No primeiro ato, Dani Avelar visita um apartamento vizinho ao dela – que não é uma residência, mas um espaço onde travestis e crossdressers usam para se montar com segurança no centro de São Paulo. No segundo ato, Carolina Moraes nos guia pela arte de Eustáquio Neves, que buscou reconstruir a história de seu avô a partir de um único registro, uma foto cortada ao meio.
Branca Vianna,
Presidente e fundadora da Rádio NoveloO perfil do Instagram My Old Books ajuda a encontrar aquele livro que você amava em criança (se a sua infância foi ao menos parcialmente em inglês) e nunca mais encontrou porque era da sua prima ou vizinha ou colega de colégio que era sua melhor amiga do mundo mas vocês nunca mais se viram. As descrições podem ser vagas ou específicas, como é normal porque a pessoa tinha só nove anos e vai saber o que ela lembra: era uma menininha que vai até um lago e lá encontra um monte de bichos e faz amigos; era um grupo de fantasmas adolescentes que resolviam mistérios; tinha muito vento nessa história e também neve. Mais de 80% das vezes alguém responde com o título certo. E a felicidade dos perguntadores é bonita de ver, parece que encontraram um tesouro. Eu queria um desses para livros infantis em português. Será que existe?
O episódio anterior “Ter que levantar a voz” sensibilizou muita gente à vida barulhenta dos botos cariocas. E também causou um outro fenômeno curioso – nos comentários do Spotify, dois ouvintes relataram que os cachorros da casa se interessaram ou até tentaram se comunicar com os botos da história. Será que os botos iriam apreciar essa tentativa de chamados entre espécies? Já a história do plural masculino fez alguns ouvintes repensarem o português de todo dia, como disse a @telmaromano: “Sempre fui daquelas que pensava que a questão dos pronomes no plural com prevalência do masculino não fosse tão importante, que era uma regra e como tal deveria ser seguida, mas após essa exemplificação dos casos, vou adotar essa bandeira!”
Conheça o podcast Fio da Meada, novo original da Rádio Novelo, em que Branca Vianna conversa com convidados que têm o que dizer sobre os mais diversos assuntos, pra inspirar você a tecer seu próprio ponto de vista. Toda segunda-feira no Spotify e nos outros apps de áudio.
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