Rádio Novelo Apresenta 88 | Eu sou um deles
O que muda quando a gente entra ou sai da mira
Oi, gente!
Eu nasci em São Paulo, e moro no Rio de Janeiro há quase 18 anos.
Isso quer dizer que eu faço parte daqueles seres humanos cindidos, que não se sentem exatamente em casa em lugar nenhum.
Não perdi o sotaque, mas falo "biscoito" em vez de "bolacha", "gurjão" em vez de "isca", e "trocador" em vez de "cobrador" de ônibus.
Ainda na seara dos ônibus, continuo falando "descer", em vez de "saltar" (cujo uso considero atleticamente engraçado, só menos engraçado que a variação "soltar" – que me remete imediatamente a alguém pendurado num bonde).
Gosto igualmente de Adoniran e de Cartola, e também de feijão preto e feijão marrom (sim, o "carioquinha", ironicamente).
Mas só me dei conta de que eu não me sentia mais 100% paulista quando comecei a ficar ofendida com piadas contra cariocas – e me vi defendendo a rabugice dos garçons, a flexibilidade dos compromissos, e até as "bandalhas" no trânsito (mais uma palavra que adotei).
Lembro de ter pensado: "será que agora eu sou um deles"? Mas a resposta veio a galope, quando começou o ataque gratuito ao valoroso cuscuz paulista.
No episódio dessa semana do Rádio Novelo Apresenta, duas histórias de quem se viu se equilibrando no estreito fio entre dois jeitos conflitantes de olhar o mundo.
Um abraço,
Paula Scarpin,
Diretora de criação da Rádio Novelo
No primeiro ato, o Evandro Cruz Silva fala sobre como um assalto em Salvador pôs à prova convicções cultivadas ao som de Racionais MC's. No segundo, a Carol Pires conta como Morzaniel Iramari faz cinema seguindo a filosofia yanomami.
A história "Cinema Yanomami" foi produzida em parceria com o Brazil LAB do Instituto de Estudos Internacionais e Regionais da Universidade de Princeton, nos Estados Unidos – que é uma iniciativa acadêmica que considera o Brasil um nexo planetário vital. Conheça mais em brazillab.princeton.edu.
Branca Vianna,
Presidente da Rádio NoveloNão sei fazer tricô, nem crochê, nem nada, na verdade. O talento todo ficou com minha irmã, que faz isso tudo e mais bordado e ciclismo e natação no mar e ainda cozinha lindamente para toda a família e amigos. Não sei fazer, mas sei apreciar. Este videozinho do New York Times sobre os efeitos curativos do tricô aqueceu meu coração. O jornal, aliás, tem uma excelente seção de vídeos de todo tipo. Espero que aqueça o coração de vocês também.
Fuçando aqui as reações dos ouvintes ao episódio da semana passada, "Os mistérios do corpo", chamou a atenção a quantidade de ex-alunos da Mariana Nery emocionados ao ouvir a voz dela no primeiro ato. Não sei vocês, mas eu fiquei bem a fim de ter aula com ela. Teve também gente que saiu maratonando Torpor (o podcast do Leonardo Aquino e da Janaína Versiani)... teve quem seguiu a dica da Nat e foi googlar a vaquita – e se apaixonou. E teve o André Esteves, que disse que espera mais episódios sobre "Os mistérios do corpo". A gente promete não parar por aí.
E, ainda na rubrica "redes", a gente abriu a caixinha de perguntas nos nossos stories do Instagram, e escolheu a pergunta da Nana Feller pra responder dessa vez aqui na newsletter:
Nana, no desenho de som dos episódios do Rádio Novelo Apresenta, a gente usa uma mistura de músicas de um banco de trilhas sonoras incidentais, a Blue Dot, e de músicas originais compostas especialmente pro programa, de artistas maravilhosos: a Aline Gonçalves, o Kiko Dinucci, a Stela Nesrine e o Amon Medrado, o Arthur Kunz, o Victor Rodrigues Dias, o Pedro Nêgo, a Luna França e o Chico Corrêa. A gente sempre dá o crédito pros autores das músicas que aparecem em cada episódio, tanto na voz da Branca, ao fim do programa, quanto no nosso site.
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Se você sabe de uma história que daria um bom episódio do Rádio Novelo Apresenta, manda um e-mail pra gente em: apresenta@radionovelo.com.br